quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nha Balila invisual que vê com “coração”


Em mil novecentos e qualquer coisa nasceu Isidora Semedo Coreia - Nha Balila na localidade serra Malagueta conselho de Santa Catarina, ilha de santiago. Passou toda infância ali, até que aos 20 anos já em 1949, a estiagem que abalou o pais obrigou lhe a viajar para Angola onde permaneceu aqui durante três anos na plantação de cana-de-açúcar e outrora a trabalhar por outrem como faxineira. Ali conheceu pai da nação cabo-verdiana, Amílcar Cabral e tornaram grandes amigos.

Passando quatro anos Nha Balila como é carinhosamente conhecida regressou a terra que viu nascer Cabo Verde e de seguida engravida da Judite, sua primeira filha, a filha que namorado não quis assumir as responsabilidades que na época eram impostas. Por causa disso mais uma vez encontra na viajem o refúgio, desta vez para São Tomé E Príncipe com propósito de trabalhar nos secadoras de Cacau e roças de café. Passando nove meses já era altura de dar a luz a sua primeira filha. Sozinha com trabalhos e uma filha pra cuidar, senti obrigada a trazer a filha para Cabo verde. Quando finalmente em 1963 volta a Cabo Verde conheceu o homem que ao pronunciar o nome vê na face a tamanha felicidade, José correia Semedo casaram e tiveram uma filha, Maria Conceição Semedo Correia.

No ano de 1965 nasce a sua 2º filha Maria Conceição Semedo Correia. Em 66 vende a sua casa na Assomada para viajar para São Tomé e Príncipe, mas não chegou a fazê-lo por causa de problemas visuais. E acaba por fincar residência em Tira Chapéu.
Em Tira Chapéu entra na vila política participando nas reuniões do PAIGC, chegando a sofrer ameaças da polícia colonial. No dia 28 de junho de 1975 sofre um acidente de carro, fica hospitalizada e passa 5 de julho de 1975 no hospital.

 No ano 1977 Balila trabalha como ativista no partido único PAICV para incentivar os jovens a entrarem na vida politica. Entra para OMCV – Organização das Mulheres de Cabo Verde em 1981 onde permaneceu como primeira secretária de Tira Chapéu, até 1995.
No ano de 1981 cria o grupo de batucadeiras “bali pena”. O grupo atua em quase todos os cantos da ilha de Santiago, até 1991 quando o grupo foi dividido por questões partidários. Questões que no mesmo ano (1991) fez com que acabassem com a distribuição bens alimentícios feita em sua casa. Para além de distribuição de bens alimentícios a casa de Nha Balila funcionava como escola de alfabetização dos adultos de Tira Chapéu.

Nha Balila lutou em prol de uma sociedade melhor, principalmente no Bairro onde vive há 50 anos. Atualmente é madrinha da associação “Kilonbu”, uma associação de jovens do Bairro de Tira Chapéu e emprestou o nome à biblioteca comunitária do mesmo Bairro.
Em 2005 recebeu um diploma de mérito cultural, por ter contribuído com o grupo de batucadeiras “Bali Pena” pela valorização e promoção do batuque. Passando quatro anos recebeu o diploma Cruz Vermelha pelo sector da juventude e no mesmo ano recebeu um outro premio pelo desenvolvimento e promoção das tradições culturais cabo-verdianas.
Hoje aos com quase 87 anos vive com uma pensão que recebe e dos apoios de conhecidos e admiradores.
Por: Grace Cabral

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