sexta-feira, 20 de maio de 2016

Psicopata ou terrorista? Afinal, quem é “Antany”?


Artigo de Opinião
 “Antany”, um nome que vai ficar, para sempre, na memória dos cabo-verdianos, pelo menos, na daqueles que ficaram chocados com o ocorrido.
Na passada terça feira, 26 de Abril, o país acordou em alerta máxima por causa de um mega acontecimento nunca ocorrido antes em Cabo Verde: um massacre que resultou na perda de 11 vidas humanas, 8 militares e 3 civis, na localidade de “Monte Txota” Concelho de São Domingos – Praia.
   Essas onze pessoas teriam sido brutalmente assassinadas por um militar companheiro que depois de cometer esse crime bárbaro abandonou o local e regressou à Praia para “ terminar de cumprir a sua missão – matar mais algumas pessoas, inclusive o seu padrasto”.
    Face à todo este acontecimento, a pergunta que não quer calar é: afinal, quem é Antany? Um psicopata ou um terrorista? 
    Parece-me que esta não é uma questão fácil de se responder, isto levando em conta que um indivíduo capaz de cometer esta atrocidade não é passível de ser interpretado sob um único critério, o psicológico, por exemplo.
   Imaginemos um jovem de 22 anos, com todo o futuro pela frente, acusado pelo assassinato de onze pessoas. Perguntamos: o que o teria levado a cometer este crime, denominado por muitos, de um atentado terrorista? A quem poderia, a culpa, ser atribuída? Ele deveria ser preso ou internado? São várias as questões que podem ser levantadas em torno deste caso no geral e do protagonista, em particular. 
    Contudo, por detrás deste ato monstruoso, como a maioria descreve, existe uma motivação: “não suportava receber ordens e nem abusos dos superiores”. E eu insisto na questão: seria ele, então, um terrorista ou um psicopata? 
    Assim como define a psicanálise, o psicopata é aquele que age com consciência dos seus atos, porém não se comove com os efeitos e tampouco se arrepende deles. Um psicopata então? Não me compete responder. 
Porém, se analisarmos todo o discurso de Antany, principalmente no momento em que ele diz que pretendia terminar a sua “missão” assassinando mais pessoas, isto não soaria um pouco ao pensamento terrorista? - Esta é uma pista que vos convido, caros leitores, a pensarem a respeito.
Este ato hediondo seria supostamente motivado por uma acumulação crescente de raiva e de rancor que culminou nesta tragédia, isto traduzindo em miúdos todas as informações acerca do caso, divulgado pelos média.
Terrorista ou psicopata, o facto é que ele é um jovem que apresenta características psicológicas e emocionais um tanto dúbias que merecem uma especial atenção da psicanálise e dos psicólogos a bem de toda a sociedade cabo-verdiana. 
Aquilo que o presumível assassino pode ou não ser é o que menos importa para os familiares das vítimas que apelam somente por justiça.
Mais não digo!
Por: Grace Cabral

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