Ao
percorrer a Cidade da Praia pode-se constatar nas principais avenidas
vendedeiras ambulantes ou comerciantes que buscam o sustento para as suas
famílias. Cestos, tabuleiros, barracas com frutas, legumes, vestuários
dispositivos eletrónicos. Estão nos passeios, praças e ruas da capital, em
qualquer sítio desde que a haja clientela para venderem os seus produtos. Onde
há maior circulação de pessoas podemos as encontrar. Aparecem quando menos
esperamos. Entre a multidão, o corri e corri na tentativa de desviar de um
cesto que se encontra no passeio ouve-se uma voz que distingue do barulho que
se faz ouvir: “ben konpra-m!”. “N tene tomate, alfasi e kouvi, bem, N ta
fazeu baratu.” É o dia-a-dia das Rabidantes da cidade da Praia abordam os
transeuntes tentando os convencer a comprar os seus produtos. Fazem parte do
setor económico denominado de informal.
O setor informal é um atividade que vem sendo explorada desde há muito tempo. Seus praticantes podem ser definidos apenas pelos seus objetos que as acompanham: aventais, cestos cheios de produtos, legumes, hortaliças, frutos e entre outros bens de consumo. Comércio informal define-se pelo comércio que é praticado sem o atendimento às regras comerciais regulares, é o comerciante que não está registrado na junta comercial e não contribuem com impostos ao governo.
O setor informal é um atividade que vem sendo explorada desde há muito tempo. Seus praticantes podem ser definidos apenas pelos seus objetos que as acompanham: aventais, cestos cheios de produtos, legumes, hortaliças, frutos e entre outros bens de consumo. Comércio informal define-se pelo comércio que é praticado sem o atendimento às regras comerciais regulares, é o comerciante que não está registrado na junta comercial e não contribuem com impostos ao governo.
Em
Cabo Verde, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE),
publicados em finais de novembro de 2015, aponta para um crescimento
considerável de Unidades de Produção Informais (UPI) nos últimos anos, passando
de 24.060 em 2009 para 33.228 em 2015, o que corresponde a um incremento de 46
por cento (%). Nos dados do INE ainda consta que cerca de 71% dessas pessoas não
pagam os impostos e por sua vez 61% não desejam fazê-lo. É o caso de Nélia
Almeida, vendedeira ambulante, diz que não tem nenhuma razão para pagar impostos.
E que nem sabe como fazê-lo. “O que ganho mal dá para o sustento, e ainda mais
para pagar imposto”, afirma a vendedeira ambulante. Nélia Almeida revela ainda
que nunca recorreu a nenhum empréstimo para poder fazer suas compras porque não
precisa. “Juntei o meu próprio dinheiro por algum tempo para comprar as minhas
mercadorias e revender.”
Ainda os estudos do INE aponta que apenas 0.9% das pessoas que praticam o comércio informal recorrem a uma estrutura financeira para ter acesso ao crédito, e 90% provem das economias feitas pelas próprias UPI, ou donativos ou herança deixados pelos pais.
É
na cidade da Praia que se encontra um terço do setor informal do país. Vêm de
todos os cantos da ilha de Santiago para a capital, as causas podem ser
singulares, no entanto o objetivo é evidente para todos, melhores condições de
vida, e sustento do cada dia. São mulheres, homens e sem esquecer das crianças
que ali estão por obrigações ou boa vontade de ajudar os pais, para poderem comer
bem amanhã. Passeios, ruas, becos, bermas das estradas é o paradeiro. Ali
encontra-se tudo de um pouco, vestidos, chinelos, brincos, torresmos, maçã e
por vezes até cuscuz com leite.
Os praticantes são principalmente mulheres, os dados do INE apontam que 58.8%, e 12% são homens com menos de 25 anos. Artemisa Pereira, Vendedeira de comida, no Sucupira, é chefe de família, tem 3 filhos para sustentar. O mais velho se encontra a frequentar 2º ano de licenciatura em Inglês na Uni-CV, e os mais novos estão a frequentar o Ensino Secundário. Artemisa Pereira pratica está atividade há 7 anos, diz que “é o único meio que tenho para sustentar os meus filhos.” Realça ainda que é com o que ganha que consegue pagar os estudos dos filhos na Universidade e no Secundário. “Todo o dinheiro que ganho é para os meus filhos”, conclui a vendedeira com sorriso no rosto.
Os praticantes são principalmente mulheres, os dados do INE apontam que 58.8%, e 12% são homens com menos de 25 anos. Artemisa Pereira, Vendedeira de comida, no Sucupira, é chefe de família, tem 3 filhos para sustentar. O mais velho se encontra a frequentar 2º ano de licenciatura em Inglês na Uni-CV, e os mais novos estão a frequentar o Ensino Secundário. Artemisa Pereira pratica está atividade há 7 anos, diz que “é o único meio que tenho para sustentar os meus filhos.” Realça ainda que é com o que ganha que consegue pagar os estudos dos filhos na Universidade e no Secundário. “Todo o dinheiro que ganho é para os meus filhos”, conclui a vendedeira com sorriso no rosto.
Estória
semelhante é de Sabina Teixeira, vendedeira ambulante no Plateau, que vende nas
ruas do planalto, em busca do “ganha-pão” para a filha. Sabina é chefe de
família. É de suas incursões diárias para o Plateau que tira o sustento da sua
família, propriamente a sua filha. Ciente nos homens fardados de azul ao longe,
diz-nos que mesmo que não é permitido vender nos passeios é a melhor opção que
tem, e de onde consegue dinheiro para sustentar a filha que está no Ensino
Primário. Quando os homens de azul aproximam apanha o seu cesto e coloca na
cabeça: “N tem ki anda”, e mistura com os transeuntes. No passeio estava Amélia
Morreira, com pouco mais dos 40 anos e com quantidade diversificada de
produtos, o que não favoreceu a sua fuga. Agora tem que pagar uma coima para
recuperar a mercadoria apreendida.
Mário
Celso Lobo, num artigo de opinião escrito ao jornal A Semana sobre ‘Comércio informal nas ruas da Capital requer
soluções’, diz que “a colocação de policiais e guardas municipais nas ruas da
capital, que simplesmente servem para afugentar ou correr atrás dos vendedores,
não é a solução, mas sim, tem um grande impacto na geração de conflitos entre
ambas as partes.” Ainda diz que a presença de vendedoras nas ruas é uma manifestação
da pobreza urbana e da falta de emprego e não porque gostam de lá estar e,
“quando mais empregos forem criados, mais pessoas sairão das ruas”, conclui
Mário Lobo.
Apesar
trazer constrangimentos. Os dados do Instituto Nacional de Estatística apontam
que o setor informal representa 12,1 do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Anualmente o volume de negócio gerado pelas UPI é de 27.7 milhões de contos,
com uma produção a rondar os 27.75 milhões de contos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário